If you start getting Braille Tales books when a child’s born, your child can have quite a library by the time they turn 6.
Maddie Horlander escolhe os seus livros favoritos nas prateleiras da biblioteca da escola e os coloca perto da cadeira de sua mãe, antes de se aconchegar no seu colo.
“Llama Llama Gram and Grandpa” (O vovô e a vovó lhama, na tradução livre do inglês) é o seu livro preferido. Apesar de ter apenas 5 anos de idade, a menina precoce ainda não consegue ler as palavras, mas consegue fazer mais do que apenas enxergar as imagens.
Kristin, a mãe de Maddie, lê o livro em voz alta e a menina acompanha a leitura, de cima para baixo e da esquerda para a direita, com os seus dedinhos rastreando os pontinhos das letras em braille que acompanham as letras impressas.
É um livro de contos em Braille. Isso significa que uma pessoa que consegue enxergar, pode ler juntamente com outra pessoa que tenha deficiência visual, pois o livro é escrito em letras impressas e em braille.
Os livros de contos em braille representam mais um esforço da editora apoiada pelos Leões, American Printing House (APH) para os cegos de Louisville, Kentucky. A cada dois meses, a APH envia gratuitamente um livro para crianças com letras impressas e em braille, especialmente escolhido para cerca de 1.500 crianças com deficiência visual nos EUA e seus territórios.
Bob Belknap, vice-presidente de desenvolvimento da APH, gostaria de atender um número ainda maior de crianças. Ele incentiva as famílias a se inscreverem no programa gratuito, já que os livros promovem a leitura e ajudam a desenvolver habilidades de alfabetização na primeira infância. Os livros também oferecem às crianças cegas e aos seus pais que podem enxergar a oportunidade de se aconchegarem e lerem juntos.
Maddie, uma aluna da Pré-escola de Serviços aos Deficientes Visuais (VIPS) em Louisville, não é cega. Mas ela nasceu com uma doença genética rara chamada apraxia oculomotora que afeta a visão periférica. Seus olhos não se movem com a rapidez suficiente para focar à direita ou à esquerda, portanto, ela move a cabeça em um movimento semelhante ao número 8 para compensar essa deficiência.
A menina está aprendendo Braille na pré-escola, mas seus pais ainda não sabem se ela será uma leitora de Braille. Agora que ela está utilizando os Livros de Contos em Braille, a menina já aprendeu que lemos de cima para baixo e da esquerda para a direita na página. Ela descobriu que as pessoas não leem da mesma maneira, e explicou à sua irmã mais velha como os seus colegas leem na escola.
Maddie tem cerca de 10 livros de Contos em Braille em casa, que chegaram pelo correio desde que a mãe a inscreveu no programa.
As pessoas ficam gratas pelos livros, diz Kristin Horlander, pois os títulos em Braille para crianças raramente são encontrados em livrarias e bibliotecas. Além das edições serem limitadas, os livros são também caros para os pais adquirirem.
O programa Contos em Braille começou quando uma mãe cega do Tennessee tentou encontrar livros em braille para ler para o filho, que tinha a visão normal. O menino estava recebendo livros gratuitos da Biblioteca Dolly Parton Imagination, um programa popular que envia mensalmente cerca de um milhão de livros gratuitos e adequados à idade para crianças abaixo de 6 anos nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália. Porém, por ser cega, a mãe não podia ler os livros para o seu filho.
Em 2011, a APH encontrou uma maneira de solucionar esse problema. As três organizações, a APH, a Dolly Parton Imagination Library e a Penguin USA, a qual fornece os livros, lançaram juntas o programa Contos em Braille. Parton escolheu o seu livro favorito, “The Little Engine That Could” (O Pequeno Motor que Tanto Conseguia) - o primeiro livro de Contos em Braille - para presenteá-lo a um jovem leitor de Braille, no Tennessee. Em 2012, os primeiros 200 livros impressos e em Braille foram enviados por correio pela APH para crianças em todo o país, graças à contribuição do Louisville Downtown Lions Clube.
Belknap explica que por meio de um simples processo online, as famílias podem registrar crianças deficientes visuais no programa, desde o nascimento até os 5 anos de idade, para que recebam um livro grátis a cada dois meses. O objetivo da APH é que 2.000 crianças recebam os livros neste ano. Uma doação de US$ 77 paga as despesas anuais para que uma criança receba os livros.
Na APH, um especialista em leitura escolhe os livros apropriados para crianças com deficiência visual na lista da Imagination Library. Depois os livros são entregues na Penitenciária Feminina de Kentucky, perto de Louisville. As mulheres da penitenciária que sabem transcrever em braille - uma habilidade altamente comercializável que podem utilizar quando forem terminarem suas penas - são responsáveis por afixar os rótulos em Braille nas páginas.
As gravações de todos os livros da Imagination Library também estão disponíveis no website da APH.
O companheiro Leão Adam Ruschival, presidente do Lions Clube Louisville Downtown formado pela Escola Kentucky para Cegos, diz que o clube está feliz em apoiar os esforços da APH, bem como os VIPS atendidos pela Maddie. Há 30 anos, a Pré-escola de Serviços aos Deficientes Visuais (VIPS) conta com o patrocínio dos Leões.
Ao longo dos anos, os Lions clubes dos estados de West Virginia, Wyoming, Illinois e Alabama também ofereceram apoio à APH, afirma Belknap. Os Leões do Lions Clube Downtown Louisville estabeleceram um forte relacionamento com os seus vizinhos.
Charles “Burt” Boyer, um companheiro Leão de Louisville, aposentado da sua carreira na área de educação para os cegos, tem orgulho das contribuições feitas pelo seu clube. "Se você começar a receber livros da série Contos em Braille assim que o seu filho nascer, a criança terá uma vasta biblioteca quando chegar aos 6 anos de idade”, exclama.
Os Lions clubes interessados em ajudar crianças deficientes visuais nas comunidades oferecendo os livros de Contos em Braille, podem obter mais informações no site www.aph.org/brailletales