“O que vocês vão fazer com essas abobrinhas?”
“Vamos cortá-las em fatias para depois … .”
“Saboreá-las.”
“Depois vamos desidratá-las”.
“Sim, vamos desidratá-las".
“E comer as abobrinhas de novo”.
As alunas do ensino fundamental mostram as abobrinhas que acabaram de colher, agitando os legumes no ar frio com uma mão, enquanto mantêm a outra mão no bolso do moletom. Porém, o frio inusitado não esmorece o entusiasmo das jovens. As meninas fazem parte do programa da Fazenda para a Escola, lançado em 2011 pelo Lions Clube Whitefish.
“Queríamos criar um programa exclusivamente para crianças”, disse Greg Shaffer, um dos primeiros associados do clube a ter essa ideia. Embora Montana tenha uma das menores incidências de diabetes tipo II no país, os Leões esperam que, ao ensinar às crianças a ligação entre o que comem e a origem dos alimentos, incutirão neles o desejo de comer alimentos saudáveis, para sempre. Além disso, o distrito escolar estava tentando estabelecer um programa de almoço com alimentos produzidos localmente - assim despertando o interesse das crianças sobre a origem dos alimentos e como reduzir a pegada de carbono causada pelo transporte.
O projeto foi excelente para o clube. A empresa onde trabalha o Shaffer doou um terreno e os Leões se dispuseram a trabalhar preparando a horta. Todos contribuíram. "Na verdade, alguns não queriam arrancar as ervas daninhas, mas concordaram em cortar a grama”, explicou Shaffer.
Naquele verão, conseguiram colher milhares de quilos de verduras frescas. Após sete anos e uma mudança de local, o Projeto de Legado da Fazenda para a Escola continua produzindo cerca de 1.360 quilos de hortaliças que são usadas diretamente no almoço escolar, após cada colheita.
Mais importante ainda, o programa faz uma conexão entre os alunos e os alimentos que consomem, pois experimentam vegetais que nunca saborearam antes, além de identificar novas propriedades nas verduras que já conhecem. Ammann Koch-Ford está no último ano do ensino médio em Whitefish. “Quando somos pequenos, não gostamos de comer vegetais. Mas quando vemos como eles crescem, logo pensamos: ‘quero experimentar o gosto disto’. Depois que experimentamos, logo dizemos: ‘puxa vida, isso é muito bom’. Por exemplo, a cenoura tem um sabor maravilhoso”.
It started out as just a little greenhouse that students could use to do some projects. And it has grown into an incredible instructional tool for our district.
Tão maravilhoso que alunos e professores da escola secundária começaram a arrecadar fundos para a aquisição de uma estufa, para que pudessem continuar saboreando as frutas e verduras frescas o ano todo. Rapidamente, conseguiram arrecadar US$ 70.000 - o suficiente para muito mais do que uma estufa modesta que intencionavam comprar. Seus esforços de angariação de fundos chamaram a atenção da comunidade, o que deu início a uma parceria com a Fundação Comunitária Whitefish. Os poucos recursos iniciais aumentaram substancialmente, viabilizando a criação do Centro de Sustentabilidade e Empreendedorismo (CSE), avaliado em US$ 2,1 milhões.
O CSE é um estabelecimento de última geração e de perda zero que inclui salas de aula, laboratórios, uma estufa, sistemas de energia, hortas de produção, pomares e uma floresta experimental. O sistema servirá os alunos da pré-escola até o ensino médio, além da comunidade local, por meio de aulas para alunos adultos.
“Tudo começou com uma pequena estufa para ser usada nos projetos dos alunos. O projeto transformou-se um uma ferramenta indispensável de instrução para o nosso distrito”, explica a companheira Leão Heather Davis Schmidt, a superintendente do Distrito Escolar de Whitefish. “Quando me tornei superintendente, não percebi o impacto causado pelo Lions clube no distrito escolar, com o programa da horta da Fazenda para a Escola. Portanto, foi muito bom perceber a ligação tão próxima entre o distrito escolar e o Lions clube”.
Mas os Leões ainda não terminaram. "Estamos trabalhando no sentido de inaugurar um Leo clube na escola de ensino médio para que funcione em conjunto com o programa”, afirma Shaffer. “Na realidade, o que fizemos foi plantar uma semente em nossa horta. Agora ela está se ramificando em várias outras áreas. Nem sabemos como tudo isso vai terminar”.
Davis-Schmidt examina a construção do novo centro, que pode ser visto da horta dos Leões, onde os alunos do ensino fundamental estão colhendo e lavando as abobrinhas, espigas de milho e batatas, juntamente com os Leões voluntários. “Muitas vezes falamos no distrito escolar sobre a importância de convidar a comunidade para as nossas escolas e vice-versa”, diz ela. “Este projeto é um exemplo perfeito de como essa abordagem funciona.”